sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A escola e as novas tecnologias - o que muda e o que permanece virtualmente igual


Mesmo com todas as novas tecnologias e a necessidade de incluí-las no processo educativo, uma boa escola continua a ser o que sempre foi: acima de tudo, um espaço em que crianças e adolescentes se encontram, em um ambiente, regulado por adultos qualificados, que oferece proteção contra o mundo e em que todos são tratados com atenção e com respeito.
Essa exigência fundamental de boas relações humanas vale para qualquer tipo de escola, por maiores que possam ser as diferenças entre os princípios filosóficos e os valores, as concepções do papel da religião, da autoridade, as prioridades de ensino, em termos tanto de conteúdos como de métodos.
Cada escola possui seu jeito próprio de ser e de educar. Mas, para todas elas, não é mais possível ignorar as novas tecnologias, pois elas podem melhorar tremendamente a quantidade e a qualidade da educação oferecida. Do ensino curricular mais tradicional às formas mais "alternativas" de educar, qualquer escola só tem a ganhar com a introdução de recursos como os da informática e da Internet.
De certa forma, não aproveitar as novas tecnologias e o que elas podem nos trazer – em termos de possibilidades de pesquisa, de aprendizagem, de autoria e de comunicação – está ficando cada vez mais parecido com o que seria educar antigamente ignorando canetas e livros...
Em escolas particulares e nas redes públicas, uma nova tarefa de pais que buscam a melhor educação para seus filhos passa a ser pressionar no sentido da incorporação das novas tecnologias ao processo educativo. É preciso conscientizar-se, especialmente, de que o seu não aproveitamento em nossas escolas públicas já está criando um novo tipo de exclusão social, o "iletronismo", e corremos o risco de formar gerações de jovens de origem popular que não puderam explorar e dominar as novas tecnologias nem em seus lares nem nas escolas.
Em suma, mesmo se as constantes revoluções tecnológicas precisam ser levadas em conta, uma boa escola continua sendo aquela na qual confiamos e à qual nossos filhos retornam com prazer. Não há solução tecnológica capaz de transformar um espaço pobre em relações humanas em um lugar interessante e capaz de gerar uma boa educação. Isso ainda é o fundamental e é a partir daí que podem ser experimentadas novas formas de ensinar e de aprender, cujo potencial apenas começamos a vislumbrar.
Luca Rischbieter
Pedagogo e Geógrafo 

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