segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

TV Sala - Ensino de Português como Segunda Língua (www.sala.org.br)


Diálogo sem Fronteira - Ensino de Português - Carmen Zink


Nova Lei Seca: Mudanças endurecem fiscalização no trânsito


A presidente Dilma Rousseff (PT) sancionou em 20 de dezembro a lei que torna mais rígida a punição para motoristas que dirigem alcoolizados. A nova Lei Seca corrige uma brecha da anterior, permitindo que sejam utilizados outros meios, além do bafômetro, para comprovar a embriaguez ao volante.
Popularmente conhecida como “lei seca”, a Lei 11.705, que modifica o Código de Trânsito Brasileiro, foi aprovada em 19 de junho de 2008. Ela penaliza com multa, suspensão da carteira de habilitação e até detenção, motoristas que trafeguem sob o efeito do consumo de bebidas alcoólicas.
Essa mudança na legislação fazia parte de um conjunto de medidas preventivas – como obrigatoriedade do uso de cinto de segurança em carros e de capacetes em motocicletas – adotado pelo governo para diminuir o número de vítimas de acidentes de trânsito no país.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking de nações recordistas em acidentes, atrás da Índia, China, Estados Unidos e Rússia.
O último levantamento feito pelo Ministério da Saúde, em 2010, registrou 42,8 mil vítimas fatais no trânsito brasileiro. Entre os jovens, essa é a segunda maior causa de mortes, perdendo apenas para os homicídios.
Os números correspondem a uma taxa de 22,4 óbitos para cada grupo de 100 mil habitantes, quase o dobro de países desenvolvidos.
Porém, não há pesquisas abrangentes que apontem quantos desses casos envolveram acidentes provocados pela combinação de álcool e volante. Estima-se que podem chegar até a metade. Um estudo da Faculdade de Medicina da USP, realizado com base em dados de 2005, concluiu que 44% de motoristas mortos em acidentes no Estado de São Paulo haviam ingerido bebida alcoólica antes de dirigir.
Bafômetros
No primeiro mês de aplicação da Lei Seca, os bares registraram queda de movimento e a procura por serviços de táxi aumentou, de acordo com os sindicatos das categorias. Alguns bares passaram a oferecer serviços de “caronas” para os clientes.
Mas isso não durou muito tempo. Logo, a lei perdeu seu impacto, em razão da precariedade na fiscalização. Quando entrou em vigor, há três anos, só havia 900 bafômetros no país, 500 deles pertencentes à Polícia Rodoviária Federal, que só fiscaliza estradas. Sobravam, então, apenas 400 aparelhos para atender mais de cinco mil cidades.
O maior problema, no entanto, dizia respeito à própria legislação. Em março deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que a punição de motoristas embriagados só poderia ser feita, de acordo com a lei, por meio de teste de bafômetro ou exame de sangue, para comprovar a dosagem de álcool igual ou superior ao permitido (dois decigramas por litro de sangue, o equivalente a um chope).
A aplicação de multa ou detenção do motorista depende do nível de embriaguez. A partir de seis decigramas por litro de sangue (equivalente a dois chopes), a punição é acrescida de prisão, afiançável.
Só que o condutor do veículo não era obrigado a fazer o teste, pois a Constituição diz que ninguém é obrigado a produzir provas contra si mesmo. Assim, ele simplesmente se recusava a fazer o teste do bafômetro, restringindo as penalidades à aplicação de multa e apreensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) por, em média, cinco dias.
Multas
Com a alteração, aprovada no Congresso, em caráter de urgência, qualquer outro meio pode ser usado para comprovar a embriaguez do motorista, incluindo o testemunho de policiais, fotos, vídeos e relatos de testemunhas e testes clínicos.
Caso o condutor não concorde com o resultado da análise, considerando-a subjetiva, pode pedir o exame de sangue ou de bafômetro. Essas mudanças permitem, agora, que a lei seja aplicada em sua totalidade. As primeiras blitz foram realizadas nas festas de final de ano.
Outra mudança foi o aumento nos valores das multas, que passam de R$ 957,70 para R$ 1.915, 40. Se o infrator for reincidente, em menos de um ano, a multa dobra, chegando a R$ 3.830,80, e a carteira de habilitação é suspensa pelo prazo de um ano. Já a detenção de seis meses a três anos permaneceu inalterada.
Uma crítica a essas alterações na lei é justamente quanto ao teor subjetivo da constatação de embriaguez, que substitui o bafômetro. O motorista indiciado pode ser beneficiado na Justiça, por conta de diferentes interpretações de seu estado psicomotor ao ser detido.
Ainda assim, a Lei Seca brasileira é considerada uma das mais rigorosas do mundo. Segundo um levantamento do International Center for Alcohol Policies (Icap), o Brasil está entre os 20 países com legislação mais severa, em uma lista com 82 nações pesquisadas. Na América Latina, somente a Colômbia, onde o limite de ingestão alcoólica é zero, é mais intolerante nesse aspecto.
Fonte: Portal Uol 

Concordância nominal - Plano de aula para ajudar você


Objetivos

1) Compreender que a concordância nominal é um dos elementos dos padrões da escrita;
2) Refletir sobre os usos da concordância nominal na produção de textos (orais e escritos).

Desenvolvimento

1) Para que os alunos saibam (ou relembrem) que a concordância é a combinação das palavras na frase, converse com eles, primeiramente, sobre a concordância nominal: quando o substantivo concorda com seu determinante (artigo, numeral, adjetivo, pronome adjetivo).
Comece a reflexão discutindo alguns usos, como, por exemplo:
a) "Os menino vieram tarde demais ontem à noite".
b) "Aquelas tardes quentes eram maravilhosas".
É possível dizer que as duas frases acima têm modos diferentes de fazer a concordância nominal.
Na primeira frase a marca de plural está garantida no primeiro elemento ("Os"), sem que seja necessário colocar o segundo ("menino") também no plural. Explique aos alunos que esse uso é bem mais comum do que a gramática normativa desejaria. Muitos de nós, em situações de fala do dia-a-dia, também usamos formas como essa, sem, muitas vezes, nos darmos conta disso.
2) Ouça com eles a canção "Cuitelinho"  (de domínio popular) e vejam como são os usos da concordância nominal em sua letra:
Cheguei na bera do porto
onde as onda se espaia.
As garça  meia volta,
senta na bera da praia.
E o cuitelinho não gosta
que o botão de rosa caia.
Quando eu vim de minha terra,
despedi da parentaia.
Eu entrei no Mato Grosso,
dei em terras paraguaia.
Lá tinha revolução,
enfrentei fortes bataia.
A tua saudade corta
como o aço de navaia.
Coração fica aflito,
bate uma, a outra faia.
E os óio se enche d’água
que até a vista se atrapaia.
3) Problematize com os alunos os usos da concordância na canção, esclarecendo que a variação lingüística usada é peculiar de certas regiões do Brasil e de alguns setores sociais.
No entanto, isso não é demonstração de "burrice" ou "ignorância", pois há toda uma lógica lingüística que se traduz em uma regra gramatical que não se altera: o plural é sempre feito no primeiro elemento, como que dizendo que a idéia está pluralizada e que, portanto, não há necessidade de marcar o plural duas ou mais vezes. É mais econômico, não é mesmo?
Alguns lingüistas chamam esse uso de "eliminação de marcas de plural redundantes".
4) Peça aos alunos que pesquisem os diferentes usos orais da concordância nominal para que comprovem o quanto essa regra de plural no primeiro elemento é bem comum quando falamos, comprovando que se fala de um jeito e se escreve de outro.
5) Retomando a segunda frase "Aquelas tardes quentes eram maravilhosas", enfatize aos alunos que, nesse caso, diferentemente da primeira, todas as palavras adjetivas, ou seja, o pronome demonstrativo ("Aquelas") e os adjetivos ("quentes"; "maravilhosas") concordam com o substantivo "tardes". Assim, porque o substantivo é feminino e está no plural, os seus determinantes (pronome e adjetivos) também estão no feminino e no plural. Em textos escritos, cujos padrões são mais rígidos, a concordância é exigida, tendo em vista regras convencionadas socialmente e registradas na gramática normativa.
6) No que se refere à concordância nominal, esclareça aos alunos que a gramática normativa traz uma regra geral: o adjetivo e as palavras adjetivas (artigo, numeral, pronome adjetivo) concordam em gênero e número com o nome/substantivo a que se referem.
7) Discuta, em seguida, alguns casos específicos e dê alguns exemplos, como no quadro abaixo:
Regras
Exemplos
Um só adjetivo que qualifica mais de um substantivo, e vem anteposto a esse, concorda com o mais próximoEstava calma a cidade e a minha alma.
Um só adjetivo que qualifica mais de um
substantivo e vem posposto a esse, concorda com o mais próximo posposto ou vai para o plural.
Era mesmo sabedoria e conhecimento acumulado.
Era mesmo sabedoria e conhecimento acumulados.
Um só substantivo e mais de um adjetivo;
-o substantivo vai para o singular e repete-se o artigo;
-o substantivo vai para o plural e não se
repete o artigo
O ídolo conquistou a platéia paulista e a baiana.
O ídolo conquistou as platéias paulista e baiana.
Verbo “ser” mais um adjetivo, formando
uma expressão:
-sujeito com artigo, a expressão concorda
com o sujeito
-sujeito sem artigo, a expressão fica invariável.

É necessária a solidariedade.
É necessário solidariedade.
Bastante/bastantes]
-“Bastante” sendo invariável, refere-se a verbo ou a adjetivo
-“Bastante” é adjetivo e, portanto, variável
quando se refere ao substantivo.
Gostaram bastante da comida.
Há bastantes razões para não irmos
obrigado/incluso/quite/mesmo/próprio são
todos adjetivos e concordam com o nome
a que se referem.
Obrigada, falou ela/Obrigado, falou ele.
Eu estou quite com você/ Nós estamos quites
com você.
Anexo também é adjetivo e concorda com
o nome a que se refere.
OBS.: “Em anexo” é expressão invariável.
Seguem anexas as listagens.
Em anexo, seguem as listagens.
As palavras “alerta”, “menos” são invariáveis.Havia menos crianças na escola.
Todos permaneceram alerta.
Alfredina Nery
é professora universitária, consultora pedagógica e docente de cursos de formação continuada para professores na área de língua, linguagem e leitura.

Planos de Aula - "Capitães da Areia", de Jorge Amado


Objetivos

1) Ler e analisar "Capitães da Areia" de Jorge Amado;
2) Relacionar fatos atuais (como crianças de rua, violência urbana, etc.) com as situações retratadas na obra literária;
3) Analisar e interpretar os seguintes aspectos da obra:
  • caracterização física e psicológica das personagens;
  • determinação de tempo e espaço narrativos;
  • identificação das características da linguagem jornalística empregada na primeira parte da obra.

Estratégias

1) Realizar pesquisa histórica destacando as décadas de 1930 e 1940 no Brasil;

2) Propor a realização de debate com a participação de toda a classe, relacionando fatos históricos com aspectos da obra;>br>
3) Criar um painel relacionando fatos jornalísticos encontrados na obra com notícias atuais;
4) Realizar um seminário em que a classe, divida em grupos de dois a quatro alunos, apresente o perfil das seguintes personagens: Dora, Gato, Dalva, Pirulito, Professor, Volta-Seca, Pedro Bala, Sem-Pernas, Don'Aninha, João de Adão, João Grande, Querido de Deus e Padre João Pedro.

Comentários e sugestões

Esta atividade ganha maior interesse se for desenvolvida com em conjunto com o professor de História. Para a realização da pesquisa histórica, o professor pode dividir o conteúdo em tópicos, encarregando cada tema a um grupo de alunos. Algumas sugestões de pesquisas:
  • Estado Novo (1937-1945);
  • A política getulista;
  • As epidemias (no período histórico e retratadas na obra);
  • Escritores socialistas da época.

Resumo da obra

A história de passa nas ruas e nas areias de Salvador, na Bahia, com um grupo de meninos abandonados. O líder desses garotos, Pedro Bala, conhece como ninguém os meandros da cidade, suas armadilhas e atalhos. O bando é agressivo com os adultos (com a sociedade), e passa os dias mendigando, fumando bitucas de cigarro ou chamando a atenção dos transeuntes com palavrões. Os garotos praticam pequenos furtos para poder sobreviver e acabam tornando-se um problema policial notório. No entanto, nem todos os adultos estão contra o bando. Alguns são aliados dos garotos, como o padre João Pedro e Don'Aninha, que é mãe-de-santo, o pescador Querido-de-Deus e o estivador João-de-Adão. A história das agruras, da luta pela sobrevivência, da amizade e dos desafios enfrentados por esses meninos torna "Capitães de Areia" uma viagem a um universo impactante, em que os sentimentos são ao mesmo tempo cruéis e delicados.
Fátima Rodrigues
é professora de língua portuguesa.

O que é Bullying


Polícia pede prisão de diretora que agrediu crianças em escola de SP


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A Polícia Civil pediu ontem a prisão preventiva de Conceição Tomaz Cruz, 52, diretora e dona da Trenzinho Feliz, suspeita de agredir crianças que estudavam na escola, na Chácara Inglesa, zona sul de São Paulo.
Caso a Justiça aceite o pedido da polícia --feito pela 2ª Delegacia de Defesa da Mulher--, Cruz responderá por tortura.
Inicialmente, a diretora tinha sido indiciada por suspeita de maus-tratos, que dá até um ano de detenção. Porém, como reportagem publicada na Folha revelou, a delegada Lisandrea Calabuono, responsável pelo caso, tinha intenção de mudar a acusação para tortura, crime que prevê reclusão de até oito anos.
A diretora foi indiciada após funcionárias do local filmarem, com uma câmera escondida, agressões sofridas por alunos. Nas imagens divulgadas, a mulher grita e dá um tapa no rosto de uma menina de dois anos que não queria comer. Ela aparece, de acordo com a polícia, também empurrando um garoto de apenas um ano e oito meses.

Reproducao/TV RECORD
Vídeo feito por funcionária que mostra dona de escola agredindo criança, em São Paulo
Vídeo feito por funcionária que mostra dona de escola agredindo criança, em São Paulo

"Uma vez um menino vomitou e ela [Conceição] o fez comer tudo", afirma uma professora que fez a filmagem e denunciou o caso à polícia. Ela pediu para não ter o seu nome publicado.
No início do mês, o advogado Antônio Sidnei Ramos de Brito, defensor da diretora de Cruz, afirmou que sua cliente não torturou os alunos. "Ela é ré confessa de um crime que não está relacionado a tortura e não pode ser condenada sem prova", afirmou o advogado.
Segundo ele, a diretora tem problemas emocionais. "Ela tomou remédio contra a depressão com outro medicamento para inibir o apetite e ficou descontrolada", disse.
O advogado da diretora não foi localizado para comentar sobre o pedido de prisão.