COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Polícia Civil pediu ontem a prisão preventiva de Conceição Tomaz Cruz, 52, diretora e dona da Trenzinho Feliz, suspeita de agredir crianças que estudavam na escola, na Chácara Inglesa, zona sul de São Paulo.
Caso a Justiça aceite o pedido da polícia --feito pela 2ª Delegacia de Defesa da Mulher--, Cruz responderá por tortura.
Inicialmente, a diretora tinha sido indiciada por suspeita de maus-tratos, que dá até um ano de detenção. Porém, como reportagem publicada na Folha revelou, a delegada Lisandrea Calabuono, responsável pelo caso, tinha intenção de mudar a acusação para tortura, crime que prevê reclusão de até oito anos.
A diretora foi indiciada após funcionárias do local filmarem, com uma câmera escondida, agressões sofridas por alunos. Nas imagens divulgadas, a mulher grita e dá um tapa no rosto de uma menina de dois anos que não queria comer. Ela aparece, de acordo com a polícia, também empurrando um garoto de apenas um ano e oito meses.
Reproducao/TV RECORD | ||
Vídeo feito por funcionária que mostra dona de escola agredindo criança, em São Paulo |
"Uma vez um menino vomitou e ela [Conceição] o fez comer tudo", afirma uma professora que fez a filmagem e denunciou o caso à polícia. Ela pediu para não ter o seu nome publicado.
No início do mês, o advogado Antônio Sidnei Ramos de Brito, defensor da diretora de Cruz, afirmou que sua cliente não torturou os alunos. "Ela é ré confessa de um crime que não está relacionado a tortura e não pode ser condenada sem prova", afirmou o advogado.
Segundo ele, a diretora tem problemas emocionais. "Ela tomou remédio contra a depressão com outro medicamento para inibir o apetite e ficou descontrolada", disse.
O advogado da diretora não foi localizado para comentar sobre o pedido de prisão.
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